A exposição em Lisboa não faz justiça à publicidade. As luzes, demasiado fortes potenciavam o reflexo da parede oposta. A galeria em si, para expor pintura ou fotografia, deixa muito a desejar. É um local pitoresco e acolhedor, mas para expor outro tipo de arte. Para além do espaço de observação de uma imagem nunca ser mais de cerca de metro e meio de distância, grande parte das mesmas têm apenas alguns centímetros, sendo impossível um ângulo em que não vejamos a nossa própria cara, ou a de alguém a tentar o mesmo, ou, nos locais mais espaçosos, os quadros das paredes opostas. A gota de água foi a sala onde decorria em loop o documentário de Sérgio Guerra, que se apresentava com um televisor caseiro de ecrã virado para uma marquise cheia de luz... exacto, mal se conseguia ver a imagem...
Mas a Galeria Perve conseguiu ir ainda mais longe: andavam homens a fazer reparações no espaço, indo com frequência ao recanto formado pelas escadas (que se desciam para ver o documentário), tendo sido o momento em que ficaram ali, mesmo ao lado da televisão a conversar ante o pasmo (e o silêncio!) de quem tentava (em vão) ouvir o mesmo e se perguntava que raio estariam aqueles dois a fazer ali. No fim, o responsável não se mostrou receptivo às observações, chegando à rudeza de simplesmente virar costas. Ficou esclarecido: Um grande fotógrafo e uma grande obra, que mereciam uma galeria a sério para mostrar este trabalho...
o comentário dele diz tudo, é uma besta, e toda a besta é anónima